domingo, 28 de dezembro de 2008

rosa-dos-ventos

E do amor gritou-se o escândalo, do medo criou-se o trágico, no rosto pintou-se o pálido e não rolou uma lágrima, nem uma lástima para socorrer. E na gente deu o hábito de caminhar pelas trevas, de murmurar entre as pregas, de tirar leite das pedras, de ver o tempo correr. Mas sob o sono dos séculos amanheceu o espetáculo como uma chuva de pétalas, como se o céu vendo as penas morresse de pena e chovesse o perdão. E a prudência dos sábios nem ousou conter nos lábios o sorriso e a paixão.
Pois transbordando de flores a calma dos lagos zangou-se, a rosa-dos-ventos danou-se, o leito do rio fartou-se e inundou de água doce a amargura do mar. Numa enchente amazônica, numa explosão atlântica e a multidão vendo em pânico e a multidão vendo atônita ainda que tarde o seu despertar.

Um comentário:

Kelly M. Carvalho disse...

.. não se pode amar e ser feliz ao mesmo tempo ..

obrigada pela visita..
apesar de eu não concordar que o natal é a festa mundana mais massa que existe..
mas cada um faz o que dá vontade..

só acho que perdemos toda a noção do verdadeiro significado da data..